segunda-feira, 19 de abril de 2010

O que quer uma mulher?


O que quer uma mulher?
Perguntou Freud, Lacan, indaga Chico Buarque e tantos homens perplexos com elas .
Essa falta estranha e provocadora de saber das mulheres suscita nos homens a necessidade de recobri-las de significantes (tão preciosos a elas).
Elas amam que eles delas falem.
São jóias, músicas, viagens e quantos mais gadjets eles possam pensar para identificá-las.
São metáforas do desejo masculino, portos mais seguros para que possam se ancorar.
Delas não obtêm mais do que a própria falta: o ser feminino.
Iolandas, Carolinas, Januárias, Lígias, Teresinhas, Sílvias, Ritas, Renatas, Madalenas, Lolas, Luizas, Genis e Marias.
A mascarada feminina é capaz de ser todas elas: filha, amante,mãe, prostituta, executiva, mártir.
Tantas e nenhuma.
A verdadeira não tem nome nem lugar.
Surge, emerge de si mesma.
As mulheres intrigam Chico Buarque, enganam, o confundem, como confessa: "o olhar de uma mulher faz pouco até de Deus, mas não engana uma outra mulher".

Clique e veja a entrevista de Chico Buarque de Holanda:

http://www.youtube.com/watch?v=BwBbLBU6Im4&NR=1

domingo, 4 de abril de 2010


Amor e feminino

Toda formulação sobre a sexualidade feminina há de começar pela falta, daí a situação privilegiada do amor no psiquismo da mulher, como uma suplência.
O amor procura cercar o ser do Outro, mas nunca atinge a essa finalidade. Chega apenas a um semblante de ser. A imagem do Outro recobre esse falta.
O amor pede o amor, entretanto, no feminino, exige mais... mais ainda.
E qual a fonte para dar esse amor tão demandado pela mulher?
Como pode o homem suprir essa demanda permanente e insaciável?
Não, não sacia nunca. Mas apazigua com a palavra.
A palavra de amor.
O que ela deseja é que ele fale, seduza, deixe-a gozar no mundo que se abre com o dito de amor.
Na clínica, o sofrimento maior é das palavras que se calaram.
Das que ficaram presas no gozo masculino.
O amor é feminino.