domingo, 20 de fevereiro de 2011

Onde a Psicanálise e a Arte se encontram

Na literatura psicanalítica, tem sido relativamente comum estudar artistas e suas obras, capturados da arte, para aprofundar conceitos da psicanálise. Tanto Sigmund Freud (1856-1939), como Jacques Lacan (1901-1980), em suas obras reconhecidamente referências dos conceitos prevalentes da psicanálise, olharam com profundo interesse para as artes e delas retiraram elementos importantes sobre os processos mentais. A experiência psicanalítica se dá pela linguagem, arte é linguagem, daí compartilharem de um lugar comum: ambas oferecem ao Outro uma interpretação, um sentido, e dele obtêm o silêncio, a falta que reorganiza e que permite a emergência do sujeito.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Novos sentidos.

O que o discurso analítico faz surgir é justamente a ideia de que o sentido é apenas aparência. [Lacan, 1973]



Realmente, o que mais se percebe na clínica é a importância do trabalho de “desmanchar” umas verdades que estão cristalizadas na vida das pessoas e, de maneira geral, são impeditivas do desenvolvimento e liberdade.
A interpretação de alguns fatos é comprometida com uma estratégia de fazer parar e aprisionam a pessoa em apenas um lugar.
“Não posso, não consigo, não vai dar certo, sempre é assim comigo, tenho medo, isso eu já conheço ...” Comentários tão comuns.
Então, prá que mudar?
Esse contrato com o ócio mental precisa ser quebrado e tomar outro sentido. Isso só pode acontecer quando se rompe com sentido o fácil. Quando se desliga o pensamento automático para se refletir sobre como melhorar. Há outros possíveis caminhos.
Costumo dizer que é preciso sair do banco do carona e assumir a direção. A direção da própria vida. Impecilhos, dificuldades, erros – tudo isso faz parte do viver.
Mas, quando se escolhe aonde se quer chegar (ainda que se mude no caminho e isso é muito saudável), o desafio vale a pena.
É descobrir que as certezas cristalizadas são apenas meras aparências.

[Quadro de Salvador Dali.]