terça-feira, 2 de março de 2010

Arte Moderna


Ela se diferencia por convocar o espectador à incômoda invasão ao interior do artista, desconhecido e imprevisível, que não é dado facilmente e exige um esforço a mais.
A realidade não é fotografada pelo discurso do belo e conduz à recriação estética.
O mistério de Cézzane e suas maçãs, a repetição do tema, aprimorando sua relação com o real, aponta para a permanente renovação guiada pela fantasia.
Revela Tarsila do Amaral sobre o Abaporu (1928): " segui apenas uma inspiração sem nuca prever meus resultados. Uma figura solitária, monstruosa, pés imensos, sentada numa planície verde, o braço pousado repousando no joelho, a mão sustentando o peso-pena da cabecinha minúscula. Em frente, um cacto explodindo numa flor absurda. Sugeria a criatura fatalizada, presa à terra, com seus enormes e pesados pés".
É isso que você vê? Horror, beleza?
O gigantismo, as cores, a deformação, prá onde transportam você?
Essa é a brincadeira do quadro. O mesmo transporte que leva cada qual a um diferente destino.

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