sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Frida Kahlo

Lacan contrapõe à experiência do belo, a implacabilidade do sublime, no qual não se dá a contemplação agradável e, sim, a experiência de uma dilaceração. Está ligado a uma pungente revelação, a tal dignidade da Coisa não é apaziguadora, mas nos joga na cara nossa frágil e violenta condição humana .
A arte de Frida Kahlo é espelho. Seus autorretratos refletem - mais do que uma mulher, mais do que a dor que arrebatava seu físico, mais do que a emoção de uma amor destrutivo e gozador, mais do que uma revolucionária política - refletem a condição humana a que estamos expostos.
Essa é a beleza e a dificuldade que temos diante de sua obra.
Futura estudante de medicina, com sequelas de uma poliomelite, sofreu um terrível desastre. Sua recuperação sobre uma cama de baldaquim permitiu um encontro com a arte. Sobre a cama pendia um espelho que revelou dor, beleza, cores e formas.
- Viva a vida! É a mensagem que deixa um pouco antes de morrer.

 

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