terça-feira, 19 de março de 2013

Angústia e Arte.


Angústia é afeto ligado à perturbação, um afeto que não se engana, de grande interesse à psicanálise e à criação.

De que matéria é feita a angústia?
 
Ela é esculpida na dor da falta e é lançada ao Outro com a pergunta: o que quer de mim? A resposta interior é uma suposta manifestação do desejo do Outro, uma bússola que suaviza o mal-estar.
 
Cada um de nós encontra o tamponamento do buraco da falta, nomeando-o de – dinheiro, João, Maria, Prozac, Iphone5, Ferrari, comida, ginástica, droga – recobrindo sempre de forma passageira, insatisfatória, incompleta e ávida por mais e mais.

(Angústia - E.Munch - 1894)
 
A arte também se  constrói na angústia, na insatisfação, no questionamento, na falta. E quem é o artista senão aquele que se propõe, por alguns instantes, a promover uma resposta, a recobrir a tela em branco para, a seguir, voltar à falta?

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