Angústia
é afeto ligado à perturbação, um afeto que não se engana, de grande interesse à
psicanálise e à criação.
De
que matéria é feita a angústia?
Ela é esculpida na dor da falta e é lançada ao
Outro com a pergunta: o que quer de mim? A resposta interior é uma suposta
manifestação do desejo do Outro, uma bússola que suaviza o mal-estar.
Cada
um de nós encontra o tamponamento do buraco da falta, nomeando-o de – dinheiro, João,
Maria, Prozac, Iphone5, Ferrari, comida, ginástica, droga – recobrindo sempre
de forma passageira, insatisfatória, incompleta e ávida por mais e mais.
(Angústia - E.Munch - 1894)
A
arte também se constrói na angústia, na insatisfação, no questionamento, na falta. E
quem é o artista senão aquele que se propõe, por alguns instantes, a promover
uma resposta, a recobrir a tela em branco para, a seguir, voltar à falta?
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